quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vitória Régia

A religião indígena é muito rica e está intimamente ligada à todos os aspectos da natureza e da vida de seus seguidores. Infelizmente o homem branco reduziu a religiosidade dos nativos brasileiros ao título de "folclore". Cabe a nós, professores de Ensino Religioso, mudar essa visão pejorativa e dar à religião de matriz indígena o lugar que lhe é de direito.Segundo a tradição desses povos, os elementos da natureza possuem alma e alguns fenômenos e astros possuem caráter transcendente, fazendo a ligação entre o humano e o sagrado.
 

VITÓRIA RÉGIA

Contam os antigos que a lua é um guerreiro chamado Jaci. Todas as noites ele lança seu brilho sobre a Terra a fim de encontrar e encantar virgens. Ele as leva para o céu em forma de estrela. Uma bela jovem, chamada Naiá, sabendo deste fato e nutrindo uma paixão avassaladora por Jaci, passou a persegui-lo. Todas as tardes ficava esperando o sol se pôr para observar seu amado ascendendo aos céus. Á noite, corria pela floresta em busca de montanhas e árvores altas para subir e ficar o mais próximo possível do céu, queria alcançar Jaci para enfim expressar o que sentia.
Certa noite, percebendo que a luta era em vão, Naiá sentou-se à beira de um igarapé para chorar. Foi então que sentiu um brilho frio e sereno tocar seu rosto. Abriu os olhos e pôde ver o brilho de Jaci refletido nas águas. Com os pensamentos conturbados pela tristeza e pelas emoções, Naiá acreditou que a lua havia descido do céu para buscá-la. No auge do desejo de se entregar ao amado, a bela jovem jogou-se no rio de onde nunca mais retornaria.

Do céu, Jaci observou o sofrimento da moça e, com o coração enternecido pelo sofrimento da jovem, resolveu realizar seu maior sonho. Transformou-a em uma estrela. Mas não uma estrela comum.

Podemos encontrar Naiá até hoje, sobre as águas dos rios ao lado de folhas grandes e circulares.À noite, Naiá,, que agora é conhecida como Vitória Régia, abre suas pétalas para exalar seu perfume e receber os doces beijos dos raios do luar.
(Adaptação Karin Willms)



















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